domingo, 21 de março de 2010

Caranguejo no aquário

Estou a frente de uma pilha de livros que me tira a atenção do cômodo. Há uma capa de cima que se chama-se Aquário e nele ilustrado um desenho de ou peixe...

Acabo de ouvir o último ruído do portão sendo fechado. Parece que todos foram embora. Agora posso escrever em paz. Tenho uma certa sensibilidade diferente do normal, e isso as vezes me incomoda. Vejo as linhas retas sobre quatro paredes em tons branco e lilás. Vejo cores.Preciso de um papel e uma caneta e quem sabe venha a ler e escrever Caio Fernando de Abreu. A caneta em que eu uso é falha assim como meu despertar hoje pela manhã. Meu apoio é um livro que achei entre os destroços de roupas e bagunça jogadas ao chão. Parei de tomar meu remédio para a memória fazem duas semana atrás. Deitada sobre camadas de fios quentes entre uma cama espaçosa o silêncio me acolhe. Posso estar acordada ou dormindo, realmente não sei. Os sonhos tornam-se preto e branco no escuro. Estado ausente, só escuto o barulho dos gritos de meus pensamentos e passos de um cachorro. Se cachorros fala-sem, assim compreenderia o seu problema. Lamento dizer que Holden continua ainda assoprando o abstrato em meus ouvidos. O formato de pelúcia barato e feio, disfarça o tom de vermelho. Comunicação por telepatia terráquea. Esses dias vi um filme de terror onde havia uma garota que no final era puxada pelas pernas, não tive nenhum pesadelo, embora ache que esteja em um. O rastro é amarelo agora. Devo tomar um café, mas como não sei onde estão os ingredientes. Irei fazer um chocolate quente mesmo. Com um chinelo roubado e pijama emprestado desço as escadas caladas. Os quarenta segundos da xícara quente acabou de apitar. As escritas em cima da mesa me fazem lembrar os recados de minha mãe. Aquele cachorro esta sorrindo do sofá mudo. Reparei que na xícara há uma palavra- amor. Sentimento a qual tenho tomado frio demais. O relógio já passa do meio dia. Bebendo do líquido quente observo ao meu redor, e lá esta o peixe de novo. Acima da geladeira em diversas cores. Meu telefone começou a tocar. Subi as escadas e ele parou. Pare de gritar. Alguém deveria estar me chamando. Voltei e terminei os meus últimos goles. Assim servida pensei na possibilidade de ler Caio Fernando de Abreu ou quem sabe o apoio de curso para violão e guitarra do Ralph Denyer. Novamente subi as escadas e parei a frente da primeira porta, abri a fechadura do quarto e o colchão permanecia ainda lá preto e branco. Talvez devesse ligar para minha mãe...
-Eu quero voltar pra casa.

...Larguei o papel e a caneta, e voltei a ler o livro do título Aquário, só que quando me aproximei vi que havia uma pequena palavra bem no canto esquerdo- A VIDA NO Aquário.


Se peixes fossem bipolar, talvez o (s) entenderia.

Um comentário:

  1. A cada nova palavra escrita, a cada nova palavra lida,

    a vontade de devorar mais palavras torna-se incontrolável

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