terça-feira, 12 de abril de 2011

Coincidência-considerada

Faz pouco tempo que estou trabalhando no shopping em uma livraria, perto de casa... E algumas semanas atrás antes de eu saber que poderia retirar um livro em meu trabalho, fiquei pensando se havia algum livro que conta-se a história sobre uma tal garotinha que foi seqüestrada e ficou em um cativeiro por muitos anos. Foi então que no dia seguinte encontrei ele por 'acaso'. Fiquei em dúvida se levaria ele para casa ou optaria por uma leitura menus maçante.

Estava com tanta pressa que não pude pensar, larguei de mão de um romance, e peguei logo aquele livro mesmo. Ele se chama: 3096 Dias Natascha Kampusch. Esse livro conta a história da menina austríaca que foi sequestrada quando tinha dez anos de idade em 1998, permanecendo sob custódia de seu raptor por mais de oito anos, até sua fuga em 23 de agosto de 2006. O caso foi descrito como um dos mais dramáticos da história criminal da Áustria.




Pode-se encontrar mais sobre o assunto no Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Natascha_Kampusch ou pela internet


Pode se apavorar quem olha a perícia do cativeiro em que Kampusch passou seus oito intensos anos de muito sofrimento e privação de liberdade
http://www.youtube.com/watch?v=uWeUurZ13HA




Ainda não terminei de ler o livro, mais estou quase chegando ao fim. O que fiquei espantada mesmo, foi quando li o capítulo em que fala de seus maus tratos e fome que Natasha tinha passado. Na manhã do dia seguinte acordei com uma hematoma na panturrilha muito roxo...No livro conta que ela levava muitos chutes e ficava com tantos hematomas que mal conseguia achar uma posição adequada para dormir. Parece até engraçado, mais não lembro de eu ter batido em nenhum lugar sequer.

Penso se a alma daquele sequestrador ainda habita a terra. Penso em tudo que aconteceu com a pobre Natascha, nas noites em que ela chorava, a falta dos pais, no mau cheiro do claustofobico cativeiro apertado em que ela passou todo esses longos tempos, na porta de concreto que fechada, logo depois mais um cofre pesado e diversas portas em que ela ficou trancada, pensando que poderia ser enterrada viva se algo acontece-se com o sequestrador, penso nos maus tratos também, e em tantas coisas que a minha cabeça chega dar voltas.

Como seria se ele estivesse ainda vivo? Se ela não estivesse escapado? E se ela fosse realmente enterrada viva? são muitas as perguntas. O fato é que penso toda noite em Natascha antes de dormir, e principalmente em Wolfgang Priklopil, o próprio sequestrador, que me da um certo medo que me faz dormir enrolada ao casulo no cobertor feito a criança como Natascha, na época em que foi sequestrada aos de dez anos de idade, com muito medo quando ia se deitar durante a noite.



-Na maioria dos casos muitas pessoas já teriam desistido. Sei que ela foi forte suficiente para aguentar tudo, e principalmente tentar tranformar aquele seu mundo interior que vivia em um mundo menus cinza possível.
E o meu hematoma dói, mais sei que não chega nem perto da dor que ela sentiu, ou ainda sente.


Creio eu que Priklopil precise de ajuda (...)

De-vastando vida verde

A terra sendo engolida
para uma estante de concreto

Nascer,
Morrer

a Vida.


Sendo destruída a destroços
para uma estante de concreto

Subir,
Descer


Toda a terra em subsolo.


Esquecendo de raízes nascendo

VIDA.




-Fotografia que extrai de minhas lentes, vista hoje pela manhã ao caminho de casa. Não pude deixar de reparar a montanha de terra sendo depredada para ocupar-se por materiais de cimento armado. A paisagem ali não é mais a mesma, as árvores que antes eram, agora ocupam um ambiente de um céu limpo, acima da terra onde o sol ainda brilha por pouco tempo respirando solo fértil, amanhã já será outra história para contar...