sábado, 27 de fevereiro de 2010

A cada novo dia

Porque o que ainda tu sentes
é o vento que entra na janela do quarto,
atravessando suas vestes leves
tocando sua face molhada

Porque a cada novo dia
ele te envolve em milhares de pensamentos
e sentimentos recíprocos

Cabe-se escrever a si mesma,
quem sabe assopre quilômetros de distância
o que não cabe mais a ti

Porque a cada novo dia um capitulo é escrito
Porque a cada novo dia...

Não importa mais
É difícil dizer a diferença entre o que é real e
que não é quando toda a sua vida está dentro de sua cabeça

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Permaneço ainda acordada...

Afim de escrever.



Um arrepio de rabiscos falhados
junto (s) a noite

Noite presente (há)
dois corpos
trastes sobre a cama

Musicalidade (presente)
Querendo achar o velho caderno para registrar (ficar)

Escrever pra ti enquanto (você) sonhar

Pensamentos-Sentimentos-Palavras
Hipóteses-continuam batendo-na máquina de escrever

Papirus Tragado

O vento apagou o cigarro e trouxe junto com ele: Você

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Adormecer (em) alguém. Prazer. Mãos, essências para construírem o ritmo e o balanceado: afagam, apertam, tocam, partem para reunir-se nos braços e lábios alheios e neles se perderem. Escorrem sobre os corpos: mapas de um lugar- cantos para descobrir.

Adormecer (em) alguém. Persistência. Lutar contra o próprio sono enquanto mãos querem rodopiar e corpos provarem carinhos de sons e meios inesperados.

Adormecer (em) alguém. Embriagar. Abraços de canto esquerdo e direito.

Adormecer (em) alguém. Corpos. Longe possível para o conforto. Suficientemente próximos para se sentirem ao longo da madrugada.

Nem mesmo você ll

meus dedos na estremidade do lápis
transcrevem o que não cabe mais em mim
decepção que toca a dor
saudade que pairas na lembrança

fizeste-me poema do teu mundo
eu fiz uma canção para a distância
e quero colocá-la entre os livros velhos
a fim de extrapolar os ouvidos
assim, quilômetros afora
a história permanecerá viva
pelas palavras andantes
O silêncio me acolhe. Delicioso som tupiniquim evoca a dança dos meus ouvidos. O silêncio me abraça. Queitude. Ausência. Silêncio e palavras em papeluchos: presença-ausência.
Provar os dias com a pessoa longínqua. Dentro do envelope amarelo-queimado, meus desejos em forma escrita são destinados aos olhos dela

CARTAS.

Final de semana passado -Não tão estrelado assim

A luz que eu vejo é a ponta do meu cigarro, sobre um anel feio em minha mão direita. Está ficando cada vez mais escuro, começo a sentir certo frio soprando a própria natureza. Já faz um tempo que estou dentro desta barraca sozinha. Parece que anoiteceu lá fora. Ouço o barulho dos insetos noturnos e dos pingos dançando sobre minha cabeça. Estou distante onde não há sinal, fico pensando que meus pais devem estar preocupados e você onde esta? O vento daqui é gelado, aqui não há papeluchos e caneta se quer. Minha companhia é meu velho celular que no momento não funciona, mas é onde procuro me refugiar escrevendo para passar o tempo ou simplesmente porque não consigo dormir. Espero que minha bateria não acabe logo, pois ficarei relendo tuas mensagens até pegar no sono. Quando a chuva parar, irei fazer algum pedido as estrelas Darling...

Não demore!

Meu último maço de cigarro apagou-se. Boa noite parceiro!

Rabisco na embalagem

Tenho um bilhete premiado com sua escrita,
No verso sua validade é branca
Validade não há
Válido é o lado branco,
Preenchido por seus rabiscos e fragmentos
de uma noite estrelada (...)

Seu Marlboro e o copo últil

Fogo-água
Água-fogo

Risco o velho isqueiro chamando rastros de luz
Fones sem utilização para lhe escutar
Cartão amarelo de bônus a pontuar
Previnido de carteira para lhe presentiar

Embriagar
Vou beber dessa estação!
"Apaga o cigarro no peito/ diz pra ti o que não gostas de ouvir/ diz tudo (...)"

Isso é escrever!



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quando algo acontece as pessoas emitem uma luz.
Porque têm uma fotografia presa dentro delas.
Pois estavam presentes e nós não...
E porque somos apenas uma peça e tudo o que
podemos fazer é colocar para fora este pedacinho.